Plano estratégico Individual - Quando não é Você Quem Decide
Um dos conflitos enfrentados por todos os profissionais, diz respeito àqueles momentos em que não há concordância de opiniões e onde, estrategicamente,será mais conveniente parar.
É o famoso momento de "engolir sapos". Todos já engolimos os nossos e cada um se saiu de uma maneira. Depois que acontecem os problemas, é importante refletir e analisar se a atitude tomada foi a mais certeira, a mais apropriada e quais os resultados positivos.
Comumente falamos e ouvimos dizer que aprendemos com os erros. Real. Agora, quantos sabem O QUE realmente foi aprendizado?
Deduções mais comuns:
* "Não quero mais contato com essa pessoa!!!"
* "Não quero vê-la nunca mais na minha frente!"
* "Quero que o demo a carregue!"
* "Se pudesse, jogava tudo pro alto!"
* "Só sei que, assim que puder, vou cair fora daqui!"
Ok, chegou o momento de montar um plano estratégico individual. Pode ser só referente a essa situação em particular (melhor ainda, quando for mais amplo).
Primeiro Passo - Permissão para o Sentimento
O primeiro passo é dar-se a permissão de sentir raiva. Ao invés de abafar a raiva, pois todos sabemos de suas conseqüências imprevisíveis, aceite que você está com raiva, que tem vontade de esgoelar o outro, que se sente traído e injustiçado.
Procure um lugar mais reservado para contatar com sua raiva. Em frente a todos, pode ser pior. Até porque, um único olhar de aprovação ou reprovação à sua atitude, pode incendiar ainda mais sua revolta e, aí, o descontrole está instaurado.
O banheiro é um bom lugar. Lá dá para pegar um chumaço de papel, torcer, torcer, como se estivesse torcendo o pescoço do(a) traíra. Também é possível dar chutes na parede sem que ninguém (ou poucos) escutem, sem maior comprometimento. Fazer caretas, lavar as mãos em água fria, soltar "aaaarrrrggggghhhh!!!"
Deixar passar o ímpeto.
Se a sua reação for de tristeza, de desencanto, fique chateado, sim. Mas não por muito tempo. O perigo é entrar no papel da vítima, fragilizar-se, chorar, pedir conselhos, ouvir conselhos, ser monitorado pelos conselhos dos outros... Aí, a situação está toda nas mãos dos outros. E a sua auto-estima, no ralo.
Segundo Passo - Estudar uma reação madura
* "Que resposta vou dar?"
* "Com que cara vou aparecer? Cara "modo paisagem"? Cara chateada? Ensimesmada?" (Fingir alegria não vale. Fica falso. E não dura muito.)
Sempre que possível, o melhor é apenas se concentrar no trabalho, evitando comentários até com o melhor colega-amigo. Reviver os momentos de desassossego apenas aumenta o sofrimento.
Espairecer a cabeça é sempre o melhor caminho para que novas idéias e estratégias apareçam. Chama-se isso de "pensar com seus botões".
Terceiro Passo - Levar em conta o contexto
* Posso chutar o balde agora?
* A que me levaria uma "virada de mesa"?
* Quem é essa pessoa no contexto? É gestor? É influenciador? Quantos "comem em sua mão"?
* Qual a fragilidade?
Há pessoas que, por um determinado período, possuem uma situação particular em que o reforço é dado automaticamente, caso ela for alguém de destaque, responsável pelas decisões e/ou influenciador nato. Assim, um grande problema empresarial, alguma situação familiar pesada, algum estado físico fragilizado, podem concorrer para amenizar a reação dele(a) e desfavorecer a sua, ainda que você esteja com a razão.
Assim, se o gerente está na pressão da matriz, dos acionistas, de seu superior, a tendência é de minimizar seus arroubos. Houve um caso recente em que um profissional processou o 'chefe' por assédio moral, pelos gritos que ele (gestor) dava no ambiente de trabalho, intempestivamente, sempre que algo ocorria mal. O juiz que julgou a causa entendeu que, como o gestor "gritava com todo mundo", já era de seu perfil e não algo individualizado, não havia procedência na causa. O profissional, mesmo se sentindo prejudicado, não ganhou. Essa é uma situação difícil, pois, após a promulgação da sentença, a situação de permanência na empresa ficou insustentável.
Há o caso da profissional bem conceituada, gestora ou responsável por certos projetos, que está grávida. Ou daquele profissional que está com uma situação delicada de doença na família. Há uma forte tendência, dependendo de como as coisas acontecem na área, de minimizar as reações daquele, em detrimento desse. Aí, passar de agredido para agressor, é um toque.
Quarto Passo - Planejando o Futuro
Quando uma situação se 'quebra', nem sempre é possível reverter. Especialmente quando envolve crenças, valores, confiança e confiabilidade, parceria. Depois que a lealdade profissional ficou arranhada, a dificuldade de haver entrosamento é muito grande. Principalmente se da outra parte não houver nenhum movimento nesse sentido.
Estabeleça:
* Qual a gravidade da situação para mim? Estou muito alterado? Chateado?
* Quanto tempo penso que vou poder aguentar?
* Quantas vezes isso já aconteceu?
* Quais outros caminhos tenho para viabilizar?
Os investimentos em pessoas são proporcionais ao retorno, como em tudo. Em uma pessoa em que se vê respostas, em que se entende o quadro e se acredita em melhorias, vale a pena continuar investindo. É preciso avaliar quais as alterações de humor, enxaquecas, gastrites e alergias, isso esteja causando. Falta de concentração, ânimo instável, vontade de chorar ou brigar, também são sinais claros de que o esforço está sendo demasiado, senão inútil.
Muitas aspirinas e tylenol são um claro indício de que a coisa não vai bem. Só que esses ingredientes (aspirina, tylenol, etc. para não falar dos mais pesados) parecem já participar do cotidiano empresarial. Só que a velha mania de abafar sentimentos e sintomas desses sentimentos mal resolvidos, são a origem de muitas e variadas doenças mais sérias.
Assim, antes de achar que vida e trabalho são assim mesmo, avalie suas capacidades. Veja em que tudo você é bom, quantas aptidões e gostos já desenvolveu e aposte em outras saídas. Que podem estar ou não no mesmo ambiente de que hoje você participa.
Felicidades e Sucesso!
Autor: Marise Jalowitzki
Fonte: MARISE@IDEPEBRASIL.COM.BR
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